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T R A T A D O
Da limpeza, e benção das mãos.
C A P. I I.
He obrigação lavarse o homem pella menham antes de fazer oração, com as seguintes circunstancias. A saber, deitará por tres vezes agua sobre as mãos, para limpalas da immundicia da noite, e estas aguas se devem receber em algum vazo, e despois se não podem deitar, em parte donde passe gente: por terem perjuizo oculto. E pella mesma cauza, se não podem aproveitar dellas para couza algũa. E sendo necessario deitarse o mesmo homem a agua, seja desorte que tome primeyro o vaso com a mão direyta, e o passe á ezquerda: paraque como inferior, lave primeiro a direita. Advirtindo, que não pode deixarse deitar agua as mãos, da quelle que despois de levantado, se não lavou aynda: poys não pode ser instrumento, da limpeza que não tem.
2. Tambem he bom costume lavar pella menham, a boca. 3. Achandose o homem em ocazião donde não possa alcansar agua para a urgencia da oração, se podra limpar as mãos, com area, terra, cal, ou qualquer outra cousa que limpe, e dira sua benção. Aduertindo, que achandoa despois, o devera fazer com ella, deitandoa por tres vezes sobre as mãos, na forma sobredita. 4. Ao limparse as mãos, dira, Bendito tu .A. nuestro Dio rey del mundo que nos santificó en sus encomendanças, y nos encomendó sobre limpieza de manos, e seguira com estotra benção, Bendito tu .A. nuestro Dio rey del mundo que formó al hombre con sabiduria, y crió en el horados horados, huecos huecos. Descubierto y sabido delante sylla de tu honra, que si se cerrasse uno dellos, o si se abriesse uno dellos, no es possible a sostenerse solamente una hora. Bendito tu .A. melezinan toda criatura, y maravillan por hazer. A qual ordinariamente tem obrigação de dizer despois de lavarse, avendose provido, ou vertido aguas. E sendo que antes de se lavar, verteo aguas otra vez, ou se proveo, ao lavarse dira duas vezes dita benção. Bem entendido, que isto sera, se teve intento de lavarse antes de proverse outra vez: porem sendo de noite na qual he ordinario proverse differentes vezes antes de lavarse pella menham, com hũa benção satisfaz. 5. O homem que ouver estado toda a noite sem durmir, se lavara pella menham, mas não dira benção. E pello consiguinte, o que se levantar sendo aynda noyte e se lavou, ao amanheçer se lavara outra vez, mas não dira benção. E o mesmo fara quem durmir de dia. 6. Outras cousas obriguão tambem a lavarse: E são, o que se levanta da cama, o què sae da letrina, o que sae do banho, o que corta as unhas, o que descalça os çapatos, o que toca nos pés, o que se cossa na cabeça, o que anda entre os mortos, o que toca no morto, o que cata seus vestidos, o que tem ajuntamento com a mulher, o que toca em piolho, o que toca em qualquer parte que está cuberta de seu corpo, o que se sarja nos ombros, e o que se tosquia. E se advirte, que antes de lavar as mãos pella menham, se não pode tocar na boca, orelhas, nariz, ou olhos: porque não comunique a estas partes, á immundicia dellas: |
He obrigação lavarse o homem pella menham antes de fazer oração, com as seguintes circunstancias. A saber, deitará por tres vezes agua sobre as mãos, para limpalas da immundicia da noite, e estas aguas se devem receber em algum vazo, e despois se não podem deitar, em parte donde passe gente: por terem perjuizo oculto. E pella mesma cauza, se não podem aproveitar dellas para couza algũa. E sendo necessario deitarse o mesmo homem a agua, seja desorte que tome primeyro o vaso com a mão direyta, e o passe á ezquerda: paraque como inferior, lave primeiro a direita. Advirtindo, que não pode deixarse deitar agua as mãos, da quelle que despois de levantado, se não lavou aynda: poys não pode ser instrumento, da limpeza que não tem.
2. Tambem he bom costume lavar pella menham, a boca. 3. Achandose o homem em ocazião donde não possa alcansar agua para a urgencia da oração, se podra limpar as mãos, com area, terra, cal, ou qualquer outra cousa que limpe, e dira sua benção. Aduertindo, que achandoa despois, o devera fazer com ella, deitandoa por tres vezes sobre as mãos, na forma sobredita. 4. Ao limparse as mãos, dira, Bendito tu .A. nuestro Dio rey del mundo que nos santificó en sus encomendanças, y nos encomendó sobre limpieza de manos, e seguira com estotra benção, Bendito tu .A. nuestro Dio rey del mundo que formó al hombre con sabiduria, y crió en el horados horados, huecos huecos. Descubierto y sabido delante sylla de tu honra, que si se cerrasse uno dellos, o si se abriesse uno dellos, no es possible a sostenerse solamente una hora. Bendito tu .A. melezinan toda criatura, y maravillan por hazer. A qual ordinariamente tem obrigação de dizer despois de lavarse, avendose provido, ou vertido aguas. E sendo que antes de se lavar, verteo aguas otra vez, ou se proveo, ao lavarse dira duas vezes dita benção. Bem entendido, que isto sera, se teve intento de lavarse antes de proverse outra vez: porem sendo de noite na qual he ordinario proverse differentes vezes antes de lavarse pella menham, com hũa benção satisfaz. 5. O homem que ouver estado toda a noite sem durmir, se lavara pella menham, mas não dira benção. E pello consiguinte, o que se levantar sendo aynda noyte e se lavou, ao amanheçer se lavara outra vez, mas não dira benção. E o mesmo fara quem durmir de dia. 6. Outras cousas obriguão tambem a lavarse: E são, o que se levanta da cama, o què sae da letrina, o que sae do banho, o que corta as unhas, o que descalça os çapatos, o que toca nos pés, o que se cossa na cabeça, o que anda entre os mortos, o que toca no morto, o que cata seus vestidos, o que tem ajuntamento com a mulher, o que toca em piolho, o que toca em qualquer parte que está cuberta de seu corpo, o que se sarja nos ombros, e o que se tosquia. E se advirte, que antes de lavar as mãos pella menham, se não pode tocar na boca, orelhas, nariz, ou olhos: porque não comunique a estas partes, á immundicia dellas: |